sábado, 26 de julho de 2008

Nossa História

RÁDIO COARI: A MENSAGEIRA DE ONTEM, HOJE E SEMPRE.

Os primeiros Missionários Redentoristas norte-americanos chegaram ao Brasil, à Amazônia, especificamente, ao “Vale Amazônico” (que incluía as cidades de Manaus, Coari e Manacapuru),
no dia 11 de setembro de 1947. Tinham como objetivo evangelizar o “Vale Amazônico”. Assim
que se instalaram, assumiram várias paróquias, entre as quais estava a cidade de Coari, situada
a mais ou menos 370 km. da capital do Amazonas, Manaus.

Pela grande extensão da paróquia de Coari “Sant’Ana e São Sebastião”, com escassa
distribuição demográfica e pelas enormes distâncias que tinham que ser percorridas, os Missionários Redentoristas encontravam muitas dificuldades para a realização dos trabalhos pastorais. Esse fator foi o carro chefe para que os missionários começassem a pensar na criação
de uma Rádio, para poder atingir as comunidades das distâncias. Mais tarde o esforço
cooperativo do Governo e dos bispos brasileiros em estabelecer, nas áreas subdesenvolvidas do país, um programa nacional para a educação básica e desenvolvimento comunitário, resultou no projeto de criação da Rádio Educação Rural de Coari, nos primeiros anos da década de 60.

No início, os estúdios foram montados no refeitório do antigo seminário, em Coari. A torre de transmissão foi erguida num bairro da cidade. No dia 30 de junho de 1964, segundo o histórico,
o primeiro programa experimental foi transmitido das 12 às 15 horas. E no mesmo dia das
18 às 21 horas.

A Rádio Educação Rural de Coari (RERC) foi, então, inaugurada oficialmente e entrou no ar
dia 26 de Julho de 1964. Este dia, de acordo com os dados históricos, foi grande e glorioso para
o povo de Coari, não sendo somente a festa de sua padroeira, Sant’Ana, mãe de Maria, mas também o dia em que o recém-ordenado Bispo, Dom Mário Anglim, tomou posse na prelazia de Coari.

Desde o início e até hoje a emissora chama-se “Rádio Educação Rural de Coari”, sendo que o
seu principal objetivo é a educação das áreas rurais.

Em junho de 1964, Padre Mateus George foi nomeado o primeiro diretor da emissora e teve como ajudante um recém-ordenado padre Redentorista brasileiro, padre Francisco Martins. No início, a emissora transmitia programas todas as noites durante a semana, entrando no ar com o “Ângelus” às 18 horas e continuando a transmissão até às 21 horas.

Somente durante um período de sua existência, a RERC quase foi desestruturada, porém, m 1978, padre Alírio Lima que já estava completamente envolvido com a fundação e com o funcionamento da emissora há mais de 12 anos, foi tirar 1 ano sabático bem merecido.

Padre Martin Laumann assumiu a direção desta rádio em nome da Vice-Província de
Manaus, trabalhando com muita dedicação. A abnegação e o afinco desse missionário foram determinantes para que a emissora continuasse sendo um importante instrumento de evangelização, apesar das dificuldades, desafios e problemas que existiam.

Ainda na administração do padre Martin Laumann, (1980 a 1989), houve várias mudanças
na freqüência e potência da Rádio Educação Rural de Coari (RERC).

O transmissor de 2500 quilowatts de potência passou para 5.000 quilowatts e a freqüência também foi alterada de 2.040 kHz na faixa de 120 m., para 5.035, na faixa de
62 m., sempre atuando em Ondas Tropicais. Todas essas mudanças foram lentas e graduais,
pois a legislação do nosso país é muito complexa em relação à Radiodifusão. Para chegarmos
onde estamos, com esta potência e freqüência, levamos mais ou menos 29 anos de existência e investimentos.

A importância da RERC cresceu muito durante esses 44 anos de existência, não só técnica e profissional, como também humanamente, pois seu compromisso é a “Promoção do homem amazonense”. Ela é a “Vez e a Voz” do povo brasileiro desta porção territorial quase esquecida.

A Rádio Educação Rural de Coari, apesar de pertencer à Prelazia de Coari, também é a vez e
a voz de 7 municípios que a compõem : Codajás, Anori, Anamã, Beruri, Caapiranga,
Manacapuru e Coari. São mais de 500 comunidades eclesiais de base espalhadas por toda a
região e outras centenas que formam outros tipos de comunidades. A RERC tem um papel fundamental para essas comunidades.

A recepção de sua mensagem cruza oceanos e continentes e acontece em grandes países,
como: Austrália, Itália, Estados Unidos, Índia, Suíça, e vários estados da Finlândia. Os elogios à programação e à contribuição social do trabalho da emissora vêm de todos os lados, mas são poucos os que contribuem para este sucesso. Atualmente a nossa Rádio Educação Rural de
Coari é mantida apenas pela Missão dos padres Redentoristas, sem preterir o empenho dos fundadores e idealizadores como padre Tomé Morrissey e Mateus George. Não se pode também esquecer do já falecido Dom Mário Anglim. Todos lutaram muito para pôr esta Rádio no ar.
Entre estes, queremos ressaltar também o trabalho de padre Alírio Lima dos Santos, que
dirigiu a emissora de 1967 a 1978. Após ele, tivemos padre Martin Laumann, que dirigiu a rádio de 1980 a 1989; em seguida, o padre José Carlos Martins Cabral, de 1989 até 1991; padre
Pascoal Stenger, de 1991 a 1994.

Por meio de um documento publicado pelo Governo Geral da congregação, decidiu-se investir nos leigos. Assim, em novembro de 1993, a Assembléia Geral dos Redentoristas da
Vice-Província de Manaus indicou o nome de Cícero Marcos Chaves de Souza, que a dirigiu com
o apoio dos missionários redentoristas, desde agosto de 1994 até dezembro de 2006. Foi assim que, a Rádio Educação Rural de Coari, depois de 30 anos de existência, teve o seu primeiro
diretor leigo.

As mudanças que mais marcaram o processo de comunicação desta emissora, de 1994 até os dias de hoje, são atribuídas à criação da Fundação Santíssimo Redentor e aos investimentos em novas tecnologias que se fizeram, implantando-as na RERC. Hoje, também, somando-se ao processo de evolução da emissora, temos que mencionar a TV COARI, doada em 1997, pela
Rede Vida de Televisão, que teve 10 anos de programação local, com a veiculação de um
telejornal diário intitulado “Jornal da Cidade” e tirado do ar em 2007, por falta de apoio
financeiro. Outra mudança que contribuiu grandemente para a inovação de nossa emissora foi a implantação da mais nova concessão de Rádio AM em ondas médias, em 2004, com 10.000
watts de potência.

No ano de 2007, assumiu a direção da rádio o recém-ordenado sacerdote redentorista
Francisco de Assis Martins Pinheiro, que durante o ano em que dirigiu a emissora, criou
“O Clube do Ouvinte”, com a finalidade de ajudar a manter a emissora. Este programa teve uma repercussão considerável e possibilitou a adesão de um número considerável de ouvintes e colaboradores.

Nossa rádio andava meio que precisando de uma injeção de estímulo. Foi então, que em fevereiro de 2008, indicado pelo nosso atual bispo Dom Joércio Gonçalves Pereira, foi-nos presenteado o atual diretor Pe. João Batista de Almeida, missionário redentorista de Aparecida
do Norte – SP.

O novo diretor, com seu árduo trabalho diário, iniciou várias mudanças, tanto no corpo administrativo, quanto na grade de programação da rádio, dando-lhe nova roupagem. Além
disso, o prédio, que se encontrava em situação precária, sofreu uma transformação radical e em sua nova estrutura, incorporou o escritório paroquial e ganhou um auditório próprio.

É assim que, desde a sua fundação, a Rádio Educação Rural de Coari quer continuar contribuindo ainda mais com a educação, com a boa informação, com a evangelização e
libertação dos povos ribeirinhos da nossa imensa Amazônia. Quer continuar levando, ainda
que a tão longas distâncias, mensagens de esperança, de otimismo, de seriedade e, acima de
tudo, a inspiração do espírito cristão aos nossos ouvintes e irmãos na fé, que nos prestigiam carinhosamente com suas cartas e solicitações, diariamente, nesses 44 anos de existência,
dando provas da utilidade e da importância deste veículo de interação e que, apesar de todas
as outras emissoras que se somam em ações comunicativas na atual conjuntura, ainda é este instrumento de fé, confiança e de amor ao próximo. É assim que queremos continuar nossa comunicação com o nosso povo.

Coari, 25 de julho de 2008.

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